quarta-feira, dezembro 26, 2012

Hoje acordei meio... A perda da individualidade


Hoje acordei meio... A perda da individualidade

# Bom dia a você criatura independente, insegura, imatura, mas dona do seu próprio nariz... Bom dia a você que vez por outra deu aquela banda sem avisar, a você que saiu sem rumo certo, e a você que foi a lugar nenhum não levando consigo documentos ou sequer um celular... Sim, você, dona de sua própria história, responsável por seus passos, nunca precisou prestar contas de suas façanhas... Algumas vezes você avisou seus pais – apenas para que os velhos não se preocupassem, mas outras vezes você zarpou rumo ao infinito, sem um mapa a bordo... Aliás, você avisava seus pais que estaria em determinado lugar com certas companhias, o que não muitas vezes não era completamente verdade, mas isto já é outra história... Então você se deixa ser flechada pelo fiadapu do cupido! Ain que deliçam! Nos primeiros momentos, nos primeiros dias, nos primeiros meses, nos primeiros anos é tudo lindo, a companhia dele basta, tudo são flores e coraçõezinhos... Você sequer nota o fato trágico que acaba de ocorrer na sua vida: Junto as pétalas de rosas secas caídas no chão, as quais serão depositadas no lixo, está a sua INDIVIDUALIDADE... Yeah! Parabéns! Você acaba de colocá-la no lixo! Acabou! Game over! Fu-deu! Ãhãn, bem assim... A partir de agora o eu vira nós... São duas escovas de dente na pia do banheiro, armário de roupas, estante de livros, porta CDs, tudo dividido em dois, não existe mais você, agora tudo é dois, dois este que acaba por formar um... Agora tudo é cronometrado e vigiado, a ida ao bar da esquina precisa ser avisada (coisa que você não fazia lá pelos seus 16), a saída despretensiosa agora tem companhia, aquela coçada no saco alone agora tem plateia, e a sua privacidade no banheiro não existe mais, ela pode ser invadida a qualquer momento... O seu banho pode ser invadido, você pode levar uma encoxada enquanto cozinha, você pode perceber mais dois olhos na sua leitura, ou ver um pescoço se espichando que lê as mensagens no SEU celular... Ahhhh! Socorroooo... Você pode ouvir sermão de uma hora se sai sem o telefone: “Eu achei que tu tinha se acidentado, foi sequestrada, morreu! Liguei para a polícia, para hospitais, para o IML, ondeeeeeeeee tuuuu tavaaaaaaaa?”, sendo que você se ausentou por apenas 20 míseros minutos... Então você, mesmo não querendo, volta a ser aquela criança de 7 anos de idade que tinha obrigação de prestar contas aos pais de todos os passos dados... Então. Você, adulta, independente, intensa, impetuosa, acaba em troca de uns afagos, jogando no lixo um bem preciosíssimo: A sua individualidade... #

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