segunda-feira, dezembro 03, 2012

Hoje acordei meio... O esquecimento


Hoje acordei meio... O esquecimento

# Bom dia a você, caminhante do mundo, a você desbravador da sua cidade, do seu bairro ou apenas da quadra de sua casa... Bom dia a você que nas andanças pela vida teve a oportunidade de conhecer pessoas incríveis – e outras nem tanto... Bom dia a você que no meio de tantos rostos, tantos modos, tantas palavras e olhares teve a alegria de se apaixonar, de se encantar, de gastar o tempo olhando para o outro, concordando – ou não – com suas palavras e teorias, admirando-o, fitando-o, adorando-o... Sim amigo, a vida nos proporciona destas coisas, e só vivendo para ver e crer... Você teve a chance de conversar com distintos indivíduos, alguns chatos, alguns boçais, e alguns incrivelmente interessantes... Você teve a chance de pedir licença e deixar o assunto pela metade, e teve a oportunidade de ficar e ouvir, e se encantar, e se enamorar, e quem sabe você não teve a oportunidade de beijar aquele ser, e de tê-lo inteiramente seu, por um instante, por um breve momento, mas fôra somente você e ele... E mesmo que as ideias dele não fossem tão interessantes, mesmo que a conversa tenha sido breve, você lembrou por um bom tempo daquele olhar encantador, daquele breve sorriso, e daquela pitada de tristeza que ele carregava consigo... Você conheceu outros, se encantou da mesma forma, ouviu o que ele tinha a dizer, sentou na sua frente e o contemplou... Ele não era tão bonito, não tinha opiniões fortes, falava sem emoção, mas foi seu... Por alguns momentos, por alguns dias, por algumas noites, e só... Aconteceu com outros, mais uma vez, e mais outra, e com alguns você apenas trocou palavras, mas não deixou de admirá-los e respeitá-los... E o tempo – inimigo da emoção – faz com que algumas lembranças se percam, faz com que as palavras se confundam, e aquelas pessoas tão interessantes, aqueles breves mas intensos momentos, se perdem nas suas lembranças, se perdem no seu esquecimento... Você pode até ouvir a brisa do mar e tentar lembrar-se dele, mas talvez o rosto que você veja esteja desfigurado por algo chamado esquecimento... Você aos poucos vai esquecendo o calor da mão dele no seu corpo, vai esquecendo a pele dele na sua pele, a voz, o suor, o beijo... Você esquece as opiniões dele, do olhar e da tristeza que ele carregava consigo... Ele deixa de ser uma breve e boa lembrança e passa a ser o esquecimento, o vazio, o vácuo... Ele deixa de existir para você - e você para ele... Talvez você nunca tenha existido para ele, talvez este seja o motivo pelo qual vocês se perderam no caminho, talvez... Mas você – independente dele – guardou aquela lembrança consigo, e gostou, e por vezes seu coração ficou apertado com esta lembrança, com esta distância, com esta insignificância... E o tempo – aquele inimigo das emoções – leva a lembrança dele embora, você já nem lembra mais com carinho, aliás, você não lembra... Nem uma brisa, nem uma música, nem um lugar, uma roupa, um cheiro, nada, você o esqueceu... Completamente... Vocês se perderam, e nunca mais irão se encontrar... Dele, sobrou apenas um breve esquecimento...  #

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