Hoje
acordei meio... O esquecimento
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Bom dia a você, caminhante do mundo, a você desbravador da sua cidade, do seu
bairro ou apenas da quadra de sua casa... Bom dia a você que nas andanças pela
vida teve a oportunidade de conhecer pessoas incríveis – e outras nem tanto...
Bom dia a você que no meio de tantos rostos, tantos modos, tantas palavras e
olhares teve a alegria de se apaixonar, de se encantar, de gastar o tempo
olhando para o outro, concordando – ou não – com suas palavras e teorias,
admirando-o, fitando-o, adorando-o... Sim amigo, a vida nos proporciona destas
coisas, e só vivendo para ver e crer... Você teve a chance de conversar com
distintos indivíduos, alguns chatos, alguns boçais, e alguns incrivelmente
interessantes... Você teve a chance de pedir licença e deixar o assunto pela
metade, e teve a oportunidade de ficar e ouvir, e se encantar, e se enamorar, e
quem sabe você não teve a oportunidade de beijar aquele ser, e de tê-lo
inteiramente seu, por um instante, por um breve momento, mas fôra somente você
e ele... E mesmo que as ideias dele não fossem tão interessantes, mesmo que a
conversa tenha sido breve, você lembrou por um bom tempo daquele olhar
encantador, daquele breve sorriso, e daquela pitada de tristeza que ele
carregava consigo... Você conheceu outros, se encantou da mesma forma, ouviu o
que ele tinha a dizer, sentou na sua frente e o contemplou... Ele não era tão
bonito, não tinha opiniões fortes, falava sem emoção, mas foi seu... Por alguns
momentos, por alguns dias, por algumas noites, e só... Aconteceu com outros,
mais uma vez, e mais outra, e com alguns você apenas trocou palavras, mas não
deixou de admirá-los e respeitá-los... E o tempo – inimigo da emoção – faz com
que algumas lembranças se percam, faz com que as palavras se confundam, e
aquelas pessoas tão interessantes, aqueles breves mas intensos momentos, se
perdem nas suas lembranças, se perdem no seu esquecimento... Você pode até
ouvir a brisa do mar e tentar lembrar-se dele, mas talvez o rosto que você veja
esteja desfigurado por algo chamado esquecimento... Você aos poucos vai
esquecendo o calor da mão dele no seu corpo, vai esquecendo a pele dele na sua
pele, a voz, o suor, o beijo... Você esquece as opiniões dele, do olhar e da
tristeza que ele carregava consigo... Ele deixa de ser uma breve e boa
lembrança e passa a ser o esquecimento, o vazio, o vácuo... Ele deixa de
existir para você - e você para ele... Talvez você nunca tenha existido para
ele, talvez este seja o motivo pelo qual vocês se perderam no caminho, talvez...
Mas você – independente dele – guardou aquela lembrança consigo, e gostou, e
por vezes seu coração ficou apertado com esta lembrança, com esta distância,
com esta insignificância... E o tempo – aquele inimigo das emoções – leva a
lembrança dele embora, você já nem lembra mais com carinho, aliás, você não
lembra... Nem uma brisa, nem uma música, nem um lugar, uma roupa, um cheiro,
nada, você o esqueceu... Completamente... Vocês se perderam, e nunca mais irão
se encontrar... Dele, sobrou apenas um breve esquecimento... #
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