quarta-feira, dezembro 19, 2012

Hoje acordei meio... A perda da ternura




Hoje acordei meio... A perda da ternura

# Bom dia a você amigo que mal amanhece o dia, você já está estressado... Sim, você tem acordado irritado, triste e sem saco para nada... Você sabe que seu dia de 24 horas não será suficiente para a realização de todos os seus compromissos e deveres, você sabe que ao chegar em casa após uma árdua jornada de trabalho sua rotina diária ainda estará longe de chegar ao fim...  E você se emputece, entristece, perde a calma, à vontade, a força... Você e mais zilhões de pessoas neste mundo... Trabalhamos para pagar a hipoteca de uma casa e ter roupas novas, se vivêssemos nus e morando em ocas não precisaríamos deste amaldiçoado dinheiro para nada... Malditos desbravadores... Nós, quando passamos da fase de criança para adolescentes perdemos algumas coisas inerentes da infantilidade, mas ainda somos meio ingênuos, meio sonhadores... E então, sem aviso, sem uma data certa, sem que possamos nos preparar, nos tornamos adultos... E com este amadurecimento, com as responsabilidades, correrias, cobranças, medos e anseios, perdemos aquilo que nos foi tão importante quando crianças... Nós, adultos, perdemos completamente a ternura... Por falta de tempo? Falta de vontade? Esquecimento? Não sei, só sei que ela abandona nosso velho corpo cansado e nunca mais retorna... Perdemos a fantasia, o olhar piedoso, agora há maldade em tudo, em um gesto, em uma frase dúbia... Quando criança salvamos formigas e construímos castelos de areia, quando adultos expulsamos as formigas com inseticidas e varremos a areia para fora de nossas casas... Quando criança brincamos sozinhos, com amigos imaginários, gastamos nosso tempo com blocos de desenhos coloridos com giz de cera, quando adultos temos medo da solidão, nos prostituímos em busca de uma companhia, e já não gastamos o tempo que nos resta com giz de cera, agora o tempo que nos resta é uma tela branca com letras digitadas em um teclado... Quando criança nos sentimos especiais, qualquer bobagem que ganhamos é um indício de que somos estimados, de que fomos lembrados, quando adultos avaliamos os presentes e o quanto somos importantes pelo valor de cada item... Quando crianças o quintal é o mundo, um sofá é um disco voador e uma toalha de mesa um vestido de princesa, quando adultos viajamos o mundo todo e nunca encontramos o lugar ideal, nosso carro nunca é bom o suficiente e nossas guarda roupas precisa ser trocado a cada nova estação... Quando criança temos vários planos, talvez tenhamos diversas profissões, um cachorro, uma casa com um jardim e seremos felizes para sempre, quando adultos acreditamos que já não temos tempo para modificar nada, um cachorro é sinônimo de coco no tapete da sala, optamos por um apartamento sem plantas, e já sabemos que o felizes para sempre é uma utopia... Não há mais ternura em nossos olhos, não há mais frescor, vemos o mundo de outra forma, tudo é pesado e medido... Como crianças somos tão felizes por que não importa a consequência de nada, vamos lá e fazemos, se vier um puxão de orelha depois, paciência, você aprendeu que não deve fazer, mas nem por isto perde aquela euforia juvenil... Impressionante como um ser imaturo como uma criança carrega tanta sabedoria consigo... Não importa onde ela esteja ali é seu castelo, não importam as opiniões alheias, sela só ouve o que lhe interessa, não importa a combinação de roupa que não está nas revistas de tendências, não importa o corte de cabelo que não é original, não importa as dobrinhas na pele, nem tampouco a cara lambuzada... O que importa é a ternura no olhar, a plenitude da vida, a singela canção que acompanha os passos de uma criança... Onde quer que ela esteja... Até ela se tornar um adulto... #


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