Hoje acordei meio... Mudanças são necessárias?
# Bom dia a você caro amigo metódico, que gosta das almofadas no sofá exatamente lateralizadas e intercaladas entre uma verde e uma laranja, bom dia a você que sabe o lugar exato dos seus 219887298 bibelôs comprados desde a sua mais exótica viagem até os adquiridos nos bazares chiquérrimos a R$ 1,99... Bom dia a você que gosta das coisas exatamente onde elas estão, a você que não gosta de mudanças e a você que estranha, e até fica, digamos assim, um pouco angustiado, quando algo está fora do lugar... Bom dia a você que sente quando uma lancheria que esteve no mesmo lugar por décadas encerra suas atividades, quando o boteco que você costumava ir vira uma locadora de DVDs, ou quando uma grande loja de departamentos é comprada por um igreja cheia de falsos pastores quaisquer... Bom dia a você que sofre com transformações, a você que sente até um certo luto quando algo que sempre esteve ali muda de forma ou de lugar... Infelizmente é assim, e continuará sendo, não podemos e não devemos nos afeiçoar por lugares, ruas ou pessoas... Por quê? Por que o mundo está em constante movimento e em constante mutação, o que eu vejo hoje e como eu interpreto isto, talvez não seja o mesmo modo como eu irei interpretar amanhã... Por quê? Por que somos imperfeitos, assim como nossas pensativas mentes, assim como a cidade em que vivemos, assim como nosso corpo e nossa alma... Somos assimétricos, a vida é assimétrica, esta angústia que sentimos quando algo muda de endereço ou de nome é a mesma angústia que sentimos quando temos que mudar algo em nós... Mudanças são difíceis, são lentas, são massacrantes e tortuosas, e às vezes não chegam a tempo de modificar algo em nossas vidas... É complexo aceitar nossa imperfeição, assim como é complicado aceitar que algumas vezes devemos mudar, devemos mudar o caminho que fazemos para ir a um mesmo lugar, devemos mudar nosso ponto de vista quando ele for extremamente radical, devemos mudar nossa fala quando estamos errados, devemos mudar de roupa, o corte de cabelo, de profissão, de amor, de casa, devemos, devemos, devemos... Ou talvez, devemos deixar tudo exatamente como está, curtindo nossas almofadas alinhadas no sofá e tolerando nostalgicamente o fechamento de lugares que nunca imaginávamos que poderiam um dia encerrar suas atividades... Nostalgia... #
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