segunda-feira, julho 29, 2013

Hoje acordei meio... Eu não preciso disto



Hoje acordei meio... Eu não preciso disto

# Bom dia a você acumulador por natureza, bom dia a você fruto do capitalismo desenfreado, e muito bom dia a você que na falta do que fazer vai dar um role no shopping... Pois então... A sociedade nos cria como consumidores vorazes, temos o desejo de possuir, e cada vez mais... Se estivermos tristes compramos algo para nos alegrar, se estamos felizes compramos algo para manter esta felicidade, se temos um compromisso e já temos uma roupa, compramos um sapato, se já temos o sapato compramos uma bolsa, se já temos a bolsa e o sapato, saímos atrás de uma roupa nova... Estocamos alimentos como se houvesse o perigo iminente de uma guerra nuclear, estocamos papel higiênico como se tivéssemos sérios problemas intestinais, adquirimos bens, imóveis, eletroeletrônicos e mal temos espaço para nós dentro de casa... Compramos pelo simples fato de adquirir algo, mesmo sem dinheiro, mesmo endividados, mesmo sem precisar... Compramos calças que não nos servem pelo simples fato de estarem em liquidação, compramos blusões de lã no verão por que são lançamento, compramos sandálias abertas no inverno porque certamente usaremos no verão, e compramos a maquiagem de festa esperando o convite para aquele evento magnânimo... Ou estamos consumindo ou estamos esperando... Um convite, uma festa, um evento, umas tragédia, uma catástrofe, ou apenas uma liquidação... Compramos produtos de segunda mão, peças de estoques encalhados, supervalorizadas, apresentadas com descontos estratosféricos... Como somos bobos, achamos que ganhamos vantagem... Acreditamos que estufar nossos armários de coisas inúteis irá nos trazer um pouco de felicidade... Acreditamos que o consumismo irá aplacar a terna falta de algo... Acreditamos, só acreditamos... Talvez consigamos evoluir quando olharmos algo, qualquer porcaria, por mais tentadora que seja, e tivermos a capacidade, a sanidade, e a serenidade de dizer: Eu não preciso disto! Talvez possamos nos libertar então, e deixar de procurar abrigo para nossas almas perdidas em um pedaço de tecido, ou dentro de um liquidificador... Talvez, só talvez... #

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