Hoje acordei meio...
Onde você estava ontem à noite?
# Bom dia a você amiguinhom, que lá por
meados dos anos 90 curtchiu adoidado a sua juventê... Bom dia a você que
encarou os perigos de uma vida de beijos na boca, drugs e roquenrola sem
maiores esforços, bom dia a você que não froxou em meio a um diálogo com
hippies e nem tampouco deixou de fazer looongas viagens mesmo sem ter adquirido
a passagem... Bom dia a você que mentiu para seu papis e sua mamis que ia
dormir na casa de amigos para fazer trabalhos escolares (daquela escola,
lembra? Aquela na qual você foi matriculado, mas não sabia sequer o seu número
na chamada, aliás, você mal sabia onde se situava a sua sala de aula...), mas
na verdade você, seu safadjenho, saía pelas noites pegando carona com
desconhecidos, bebendo em copos alheios e beijando móitooo, ain que diliça...
Bom dia a você que para não deixar pistas para seus pais sobre suas noites
longas (e em um ímpeto adolescentesco de anotar cada passo que se dava – err...
naquela época não existia facebook nem twitter), você resolveu escrever na
última folha do caderno de química os caras que dividiram um beck com você na
pracinha da Redença, nos malucos fim de noite da Osvaldo Aranha,
ainquélocóram... Você – Santchenhadopauoco - escrevia sua lista, aquela que
aumentava a cada semana, citando o nome do cidadão que trocava uns míseros
beijos com você (tám e umas pegadas no popot também, vá lá, mas não passava
djesto, nã nã...) e uns pegas naquele cigarritcho feito de seda e erva verde,
woooowww... Mas como seria muito cara de pau sua escrever na última folha do
caderno de quimiquê esta safadeza, você colocava ao lado do nome do gatom:
Fomos para o barro (uma alusão à pracinha que você usava com seus amégos para
dar aquela pitada – e que ficava puro barro depois de um dia de chuva)... Tudo
belê né amigom, era só pra você se lembrar das parcerias e tales... But, o
cadernê de quimiquê foi parar nas mãos do seu papis, ain fu-deu! E não foram as
dezenas de nomes de caras na última folha que lhe causaram transtornos, não foi
a folha de seda entre as folhas pautadas, nem tampouco o odor da “selva” que
havia nos seus pertences, nããã... O que chocou, o que lhe deixou de castigo por
um tempo – e consequentemente sem os copos alheios, as pitadas no cigarrinho do
capeta e os beijos na boca – foi o “barro”, siiimm, o “barro”... Para seu
papis, ir no barro significava “dei o rabo”, éé, isso ele não podia aceitar, pourra
você só tinha 15 anitchos, tinha que ser virgem pô! Então seu pai pergunta: - O
que é isso? Ir para o barro? Você cala... Ele insiste, você cala... Ele
pergunta quem ia com você, você cala... Ele pergunta se tem algo a ver com
séquisso, você novamente se cala, e mesmo não tendo acontecido nada do que seu
pai pensa, você sai queimada da situação... Nem seus dedos amarelados entregam
o que seria o tal de “barro”... Então améguénhos, um conselho da titis: Falem
sempre a verdade! Até hoje me pergunto se realmente teria ficado tanto tempo de
castigo se quando papis perguntasse:
- O que é ir para o barro?
Eu respondesse:
- É fumar um, Daddy!!! Só! Unzinho... #
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