sexta-feira, julho 06, 2012

Hoje acordei meio... O alho que impregna a alma



Hoje acordei meio...  O alho que impregna a alma

# Bom dia a você galo véi, bom dia a você chinoca e bom dia a você gurizote! Bom dia a você que na ânsia de comer algo realmente saboroso, naquela vontade louca de ingerir algo delicioso e apetitoso foi lá e tascou um alho no pão antes do churras da domingueira... Mas bagual que você é, pensa: Um dente de alho não mata vampiro! Então, a preparação do pãozinho conta com uma cabeça inteira do mais saboroso alhão, hummm, que marrravélha! E já que você está nesta de alho: Coloca? Não coloca? Vou beijar alguém depois? Vai dar “bafo”? Sai com uma boa escovada? Você pensa: O que é um peido ném? Então vai... vai alho no coraçãozinho, alho na coxénha do frangote, alho na salada de batata, alho na salada verde, alho até na picanha... Agora foi... E pior, fica um diliça! Manjar dos Deuses! Você come o banquete de-ses-pe-ra-do, como se fosse a última refeição de sua vida, e dá-lhe pão com alho, dá-lhe salada, dá-lhe coraçãozénho, coxénha, Peçanha, come tipo bicho! E a domingueira se vai... Você chega cansadão, escova a dentadura e nem aguenta assistir o Fantástico, adormece feito um baby, de fralda limpa e barriga cheia... Até que antes do despertador lhe derrubar da cama, algo toma conta de você... Algo inexplicável, algo forte, intenso, que lhe tira o sono... Um azedume que vem de dentro do seu ser, um enigmático odor amargo que não vêm de sua boca, de seu esôfago ou estômago, vêm das profundezas de sua alma, é um baforalho que toma conta de seu ser, você está inteiramente impregnado por este terrível e inesgotável bafo de alho! E não há escovação, gargarejo, chá de boldo, saponáceo, esfregão de aço, nada lhe tira este gosto nojento da boca, você está num amargor que chega a dor dó... E você nota que não só você sente este odor ligeiramente fétido, não, seus colegas de trabalho evitam conversar com você, o namoradis já não lhe assedia mais, as amigas já não compartilham mais o batom, e você se sente só, tão só como uma cabeça de alho... Então você assume que está sendo abduzida por este odor, o alho já faz parte de você, vocês são um só ser interligados pelo azedo hálito que você exala... E não há nada que você possa fazer, o alho é quem decide quando deixará você seguir com sua vida, o alho decide quando lhe deixar... Até sua vida voltar ao normal... Até o próximo churras... Até a irrecusável oferta de abocanhar um delicioso pão com alho... #

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