quarta-feira, agosto 15, 2012

Hoje acordei meio... O bicho da seda

Hoje acordei meio...  O bicho da seda

 # Bom dia a você que acordou fazendo tudo sempre igual, sacudido as 6 da matina pelo despertador, seguindo a rotina de banho, roupa, café, trabalho, estresse, casa, pijama e cama... Bom dia a você que todos os dias faz tudo exatamente do mesmo jeito, e se preocupa com o que vai comer, se a esposa tá te traindo, se o filho está bem na escola, se as pessoas gostaram do seu sapato novo, se o seu pai está tomando o remédio para o coração, e todas as outras coisas que são todas idênticas... Então você chega em casa e percebe que falta arroz! Como um robô, você pega seu fusca 74, dirige até o super mercadê, caminha até a gôndola dos arrozes e volta para sua bela casa de bonecas... Se te perguntarem qual era a fisionomia da caixa que lhe atendeu, você saberia me dizer? Você poderia me contar se o empacotador era um menino ou menina? Tá, você estava desatento, tudo bem... Mas e ontem? Você se lembra da pessoa que entrou no elevador com você, que desceu no mesmo andar que você, e que talvez trabalhe na mesa ao lado da sua? Você saberia me dizer se é homem ou mulher? Loira ou ruiva? Hãn? Não né... Pois é... Você não saberia dizer ontem, nem anteontem, nem semana passada, nem nunca! Por quê? É sua memória que está indo embora? Você está ficando cego? Míope? Não amigo, você está somente cada vez mais tomado por este terrível hábito humano de olhar para o seu próprio umbigo, assim como eu e toda a sociedade... Não nos interessa se o vizinho sente fome ou frio, desde que nós estejamos agasalhados e saciados, não importa se há guerra no oriente, desde que não haja na nossa casa, tá tudo certo, não importa se falta medicamento para câncer, afinal, não temos a doença! Não importa nada, desde que não nos afete... Somos bichos da seda, vivemos em nosso casulo próprio, não estamos nem aí se há dor e sofrimento na nossa calçada, o que importa é que ele não adentre nossa casa... Se há morte ali do outro lado da rua, o que importa é que alguém recolha o cadáver... Não estamos nem aí para o outro, por que a prioridade somos nós... Aprendemos de uma forma desastrosa que somos nós em primeiro lugar, o problema é que o outro não está em segundo, nem tampouco em terceiro... E é o círculo vicioso do eu quero, eu preciso, eu tenho, eu posso, eu sou... Até que o tempo do querer, precisar, ter, poder e ser se esgote... Até o momento em que você precise que alguém olhe POR você... Até o momento em que você precise de alguém que olhe PARA você... Talvez então você deixe de viver dentro de seu casulo, se preocupando somente com seu umbigo, e descubra quantos outros umbigos também existem por aí... # 


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Contribua com sua filosofada também!