sexta-feira, setembro 28, 2012

Hoje acordei meio... O pai da gente



Hoje acordei meio... O pai da gente

# Bom dia a você criatura educadjenha, bonitchenha, cheirosenha! Bom dia a você que é uma pessoa deveras elegantche, culta, conhecida e admirada por todos por seu bom gosto e sua descrição, óin que linda... Bem você era conhecida por estas qualidades, até dar uma banda com seu coroa, yeah, e você achava que radical era andar de kamikaze, uhahahaha... Well, você convida o papis para dar um role pelo shoppis, você toma banho, se enfeita, coloca perfume e vai feliiiz da vida buscar seu progenitor, até que SUSTO! Porra do meu saco! O velho tá saindo com a camiséte que ele pintou a sala na semana passada (por que o velho é sem frescuras powls!), e aquela calcéte jeans mais surrada que bunda de puta, haja lugaire pra esconder o carão... Tá, mas vai lá, é seu velho ora! Azar de quem olhar para ele ném, afinal você está gatam... E no carro começa aquela conversa sem pé nem cabeça, sobre o tempo, sobre a tia do fulano que tá com herpes vaginal, sobre o vizinho que leva uns “amiguinhos” pra casa na madruga, até que o papo cai em política, e aí amigo, segura a onda, por que é uma perdigotada do caraleo rolando no espaço minúsculo do interior da caranga! Siiim, o seu velho (assim como metade da população brasileira) está enojado com esta politicagem de MERDA que temos visto, com estes candidatos hipócritas e escândalos de corrupção no país, mas só que você amiguinho, argumenta, relata o seu ponto de vista, escuta o outro e pum, assunto encerrado, o coroa nããã, o coroa quer sangue na cara, ele tá sedento por uma brigaaaahh, ele fala gesticula, se arruma no banco do carro (já que não dá pra levantar), fica vermelho, fala a palavra vergonha 387837857 vezes, e você não alimenta, só escuta e diz que vai votar em branco, deixa o cara expor seu ponto de vista pô, saca que se não fosse o espermatozoide vencedor que saiu do pelnis dele você nem estaria aqui? Estão uma salva de palmas para seu paizão e seu velho pelnis, êêê... Até que você chega finalmente ao shoppis, e agora é só estacionar, certo que o coroa vai opinar sobre o lugar que você deve estacionar, que ficou longe que vai pegar sol, que você deveria ter posto em outro lugar e tales, mas você, assim como um bom surdinho, finge que não é com você, hein? Como? Quando? E vamo que tá lindo! Vocês passeiam, nas lojas populares do shoppis – não sem seu pai reclamar do preço das coisas e lembrar dos tempos em que um mirréu comprava roupa pra família toda e ainda sobrava troco! Um o que? Deixa assim... Vamos almoçar... Você então tenta agradar o papito e o leva para comer uma costeleta de porco com batatas fritas naquele restaurante que não é da Apple mas tem uma maça no nome (sacou?), e o pai fica o tempo todo perguntando o preço das coisas e você diz: Paiê, tu é meu convidado, não importa quanto é... Mas claro, ele insiste, quer saber quanto custa, e você diz que hoje é promoção só R$1,99, ele ri, e volta a falar sobre política... Pedido feito, reclamação de demora, racionamento do refri, até você dizer que tem refil, paga uma vez e bebe o quanto puder, mas e não é que a Pepsi seca do copo, caraca... Chega enfim a costela deliciosa, você mandando ver, feliz da vida até que cai sobre seu cabelo moldado com um super secador e quilos de spray fixador, uma, duas, três batatas fritas, e você pensa: Chuva de batatas? Não, é só seu velho comendo tipo bicho na sua frente, lindo de ver... Mas o melhor disto tudo é que em todos os momentos - desde a briga por política até a batata voadora – você riu, e riu muito, riu da situação e do quanto este grande homem é importante pra você! É tosco? É! É sem jeito? É! Deselegante e eticamente incorreto? Também! Mas você gosta dele assim do jeito que ele é, por que você sabe que ele é um cara bacana, um cara honesto, um cara que abraça o mundo, mas não sem antes abraçar os filhos, pode chover batata afu, desde que meu velho esteja comigo! E então virei rir de mais uma cena a ser guardada lá no baú das memórias, aquelas memórias que me tornaram a pessoa que eu sou... #




quarta-feira, setembro 26, 2012

Hoje acordei meio... O meu silêncio significa: NADA




Hoje acordei meio... O meu silêncio significa: NADA

# Bom dia a você amiguinho, que emputecido tem discutido, esperneado, batido portas e derrubado vasos... Bom dia a você que quando o sangue sobe a cabeça a razão se perde completamente, bom dia a você que solta o verbo, se irrita, bate pé, argumenta, xinga e cospe... Sim, este é você, não que seja certo, não que seja errado, você apenas se importa... E é neste se importar que a briga vale a pena, e neste se importar que você pesa prós e contras (aos berros, mas pesa), empilha fatos, relembra episódios, ressuscita mortos, apenas para que  o outro entenda seu ponto de vista, apenas para que o outro – antes de concordar ou não com você – entenda o por que da sua gana... Você é humano, seu sangue quente faz a jugular pular do seu pescoço, e por mais árdua e grotesca que seja qualquer tipo de briga, você arrisca tudo e mete o pé na jaca, por apenas um simples motivo: Você se importa! Você se importa com a ausência do outro, se importa com a falta de atenção dele para com você, você se importa com as noites que vocês não deitam juntos, com os jantares não compartilhados, com os filmes não vistos, com os corpos não tocados... Você se importa quando a presença dele em casa é um fardo, quando vocês se cruzam e se beijam como velhos amigos separados pelo tempo... Você se importa quando a falta dele não lhe faz mais falta, e se importa quando é melhor longe do que perto... Você se importa quando uma viagem a trabalho já não é mais motivo de tristeza, e se importa quando tanto faz uma data especial... E você grita, e fala, e exterioriza o verbo, para ele, para os vizinhos, para a galáxia, exterioriza seus medos pela casa, pelos pratos, pelas portas, pelas quinas, e mesmo que você seja taxada de histérica, maluca, ou de qualquer outro adjetivo que menospreze sua angústia, você continua, por que você se importa... Por que você acredita... Por que algo há de mudar... #

segunda-feira, setembro 24, 2012

Hoje acordei meio... Perdigotos


Hoje acordei meio... Perdigotos

# Bom dia a você amiguinho tagarela, chegado num bom tête-à-tête, um bom tricô, enfim chegado numa fofoquinha básica... Bom dia a você que curte dar uma assuntada, se atualizar sobre as novidades e tales, argumentar sobre a vida alheia, sobre o tempo, sobre a crise europeia, sobre o vizinho da casa da frente... Aí, está lá você, escolhendo cebolas roxas no supermercado, lutando com a porra daquele saquinho plástico para tentar encontrar o orifício de entrada (pegadinha né!), até que chega o Seu Osvaldo! Oee Seu Osvaldo (nome fictício tá, se algum Sr. Osvaldo se identificar com o personagem é somente mera e terrível (uhóhohóhó) coincidência)! Seu Osvaldo é um cara bacana, um senhor no auge dos seus 70 e vários anos, um senhor culto e educado, sempre bem vestido (embora suas roupas cheirem a naftalina, mas isto deve evitar que as traças se deliciem com os luxuosos casacos de lã do Sr. Osvaldo), sempre sorridente e recheado de informações sobre o bairro, sobre a cidade, sobre o estado e sobre a galáxia, sim Seu Osvaldo sabe de tudo (aposentou-se muuuuuuito cedo e passou a estudar freneticamente os hábitos rotineiros da sociedade)... E você lá com suas cebolas rochas e o Sr. Osvaldo elegantemente se aproxima, lhe cumprimenta, pega um saquinho plástico e passa a escolher cebolas ao seu lado! Siiim, o Sr. Osvaldo está seco por uma fofoca! Ele lhe conta que a vizinha da frente foi assaltada semana passada, que o dono da sorveteria acabou o namoro PIS foi chifrado, que a padaria tá falida, que a loja de sapatos escondia um bingo na parte de trás, cheinha de máquinas caça níquel, O Sr. Osvaldo (claro!) não se esquece de comentar sobre sua catarata, sobre sua glicemia, as dores no corpo e a esposa que anda esquecendo as coisas... Tudo beleza, tudo tranquilo, lúdico até eu diria... DIRIA! Se não fossem os perdigotos! Ahhhhhhhhhhhh Meldeuzo! Quinze minutos de conversa com seu Osvaldo você não precisa tomar banho uma semana, sim, o Sr. Osvaldo lhe cobre de baba! Porra Seu Osvaldo! A cada palavra são trinta perdigotos que saltam da boquinha do Sr. Osvaldo, diretamente para sua face (ou sua orelha, dependendo do momento), e ele fala e aquele perdigotos voam como bombas teleguiadas direto na sua cútis, e seu Osvaldo pega no seu braço e lhe fala beeeem de pertinho e você já está com a cara lavada de saliva, puta que me pariu! E ele fala e os perdigotos se dissipam, dependendo da direção da luz você até consegue visualizar aquelas gotículas de saliva voando no ar e vindo em sua direção, e você não pode nem desviar, pois o Sr. Osvaldo lhe segura pelo braço fortemente, com medo que você escape... E vocês se despedem, Seu Osvaldo vai embora feliz da vida e você, sabe-se lá por que, sente-se sujo, meio pegajoso, meio unido até, e pensa seriamente em comprar um guarda chuva caso encontre novamente o Sr. Osvaldo para um papo informal no supermercado... #

sexta-feira, setembro 21, 2012

Hoje acordei meio... A nossa morte diária


Hoje acordei meio... A nossa morte diária

# Bom dia a você vivente! Bom dia a você nem tão vivo assim... Bom dia a você indivíduo cambaleante, semi vivo semi morto, ser entre dois mundos, entre a razão e a emoção, entre as trevas e a luz... Bom dia a você lindinho, que a cada ano celebra seu aniversário, e espera o dia na maior faceirice, enche balão, convida os amigos para comemorar, dá altas festas de arromba e tales, coloca chapeuzinho e assopra língua de sogra, que lindoo... Pois é, todo santo ano é a mesma coisa, você se arruma bem bonito, bem cheiroso, compra cueca nova, toma banho, compra aquela torta cheia de glacê (ruim bragarai...) e festeja mais um ano de vida! Ôba! Mas será mesmo que você está ganhando um ano a mais de vida? Tipo o cogumelo do Super Mario? É um life+plus, hein? Nã nã não my friend... Você, eu e a humanidade a cada comemoração, a cada velinha assoprada, estamos celebrando um ano a menos de vida, um ano que passou e que não podemos mais vivê-lo... A cada ano de vida celebramos a nossa morte, quanto mais anos mais próximo o fim (não necessariamente nesta ordem, but...)... Mas culturalmente acreditamos nas festinhas de aniversário, fazemos pedidos antes de apagar a vela, curtimos os presentes (tá, vai, nem todos...), curtimos o carinho dos amigos a cara de inveja dos inimigos (ahnn, énn, énn, ela tá fazendo trinta e quantos mesmo? Tá bem ném (raiva)...), curtimos fazer bolinhas de negrinho e limpar a casa e a privada depois da festa (tá, pula esta parte)... Morremos diariamente um pouquinho, a cada inspiração (sim amiguinho, o ar que você respira é o mesmo que oxida as maçãs e as peças de ferro expostas a ar livre), a cada ingesta de alimento (margarinas, guloseimas, café, álcool, e outros alimento geram toxinas em nosso organismo, e dependendo da quantidade nosso queriiido amigo fígado não consegue detoxificar), a cada ataque de estresse (e quem aqui amigo, não se estressou este ano? Este mês? Hoje?) nossa imunidade diminuiu e ficamos suscetíveis a diversas infecções em nosso belo corpitcho, enfim, morremos um pouquinho a cada dia e a cada aniversário celebramos um ano que se foi... E agora? Passaram-se 30 minutos, perdi 30 minutos de vida! OMG! Hey! Te aqueta! Isto só serve para nos fazer pensar! Ao invés de ficar sentado esperando um milagre, levante esta sua bunda gorda deste sofá de corino que cola tipo velcro e faça algo por sua vida! Tá cansado de tudo? Dê uma virada radical! Mude o corte de cabelo, o estilo de vida, de emprego, de namorado, comece do zero e se erga! Ninguém vai caminhar por você, ponha estas pernitas para correr, aproveite enquanto elas ainda são jovens (até ou 98 você é jovem! Yeah!), encare o mundo de frente, sem medo! E não se esqueça do glacê no bolo, das velas com glitter, e da língua de sogra!!! #