Hoje
acordei meio... Em uma era pré-digital
# Bom dia a você amiguitcho, que foi parido
antes da década de 90, aquela época remota em que você precisava levantar-se do
sofá para trocar de canal, ou ligar ou desligar a TV... Bom dia a você que
perdeu muitos VHS, pois seu videocassete faminto insistia em mastigar a fita, e
não raras vezes você sofreu no bolso por esquecer de rebobinar a fita antes de
entregar na locadora... Bom dia a você que teve sua dancitcha romântica
interrompida por um disco de vinil arranhado, dançando uma mixagem onde deveria
tocar uma música lenta... Bom dia a você que soprou fitas de videogueime para
que o jogo não trancasse mais, e a você que nunca passou trabalho ou se
confundiu com seu joystick de Atari, afinal o treco tinha era só um botão e um
manche (beeem diferente dos milhares de X Y Z bolinha e outros trilhões de
comandos de équis bóquis, pleisteichon ou daquele chatézimo u-i, que coisa mais
chata, cadê o joystick? Puta sem graça...). Bom dia a você que entrava na fila
do telefone (aquele que você discava um número e esperava que ele voltasse para
discar o outro número – um exercício de paciência, trililililim, cosalenda!),
para tentar se comunicar com alguém (ah! E Tinha que falar rápidão, a conta
telefônica era um absurdo de cara), e não raras vezes – e tamanha as
dificuldades – você acabava desistindo de ligar e ia até a casa da pessoa (o
que na real era bem mais divertido!)... Bom dia a você que viveu numa época sem
forno de microondas para esquentar a comida (e depois levava três dias para
retirar os restos mortais da comida que ficava grudada na panela de comida
“requentada”), e a você que não contava com a internê para suas pesquisas
escolares... Bom dia a você que em meio a uma pesquisa escolar, já teve que se
deslocar até a biblioteca pública (que não se chamava Google), procurar em meio
de milhares de livros (de verdade, de papel!), e folhar diversos calhamaços de
páginas para chegar a um simples parágrafo, e tudo copiado a mão, siiimmm a
mão! Xerox, scanner, digitalizar, o quêê? Esso non eczizte (ou melhor non
ecziztia!)... Bom dia a você que não contava com a ajuda de editores de textos
para escrever seus trabalhos, nã nã nã, ou você digitava em uma máquina de
escrever (procure em museus que você encontrará um exemplar), ou escrevia a
mão! É, em folhas pautadas (para não descer a lomba na caligrafia)... Bom dia a
você que teve sua vida facilitada pelo advento deste monte de tecnologia, agora
você muda de canal sentado (e por isto está mais gordo), pesquisa com a Judá do
Sr. Google (sobre tuuuudo), liga do seu celular de onde estiver: banheiro,
supermercado, praia ou motel (e diz que tá no serviço o cafajeste! Tecnologia
em prol da nação! E do tesão?), esquenta a comida em 30 segundos, e pode ter
milhares de músicas e fotos em um simples pen-drive! Sim! Você há de convir
comigo que sua vida foi um tanto facilitada com este monte de bits, megabytes,
tera e gigabytes... Você há de convir comigo que quanto mais falamos em redes
sociais, menos conversamos pessoalmente... Nossos sorrisos foram trocados por
smiles, Um beijo por um asterisco, nossos elogios foram trocados por um
“curti”, nossas opiniões são expressas em 140 caracteres, a atenção de nossos
filhos foi trocada por intermináveis jogos de RPG... A tecnologia facilitou (e
muito) a nossa vida, não há como negar isto, porém, esta mesma tecnologia nos
escraviza e nos torna robôs, pensamos e agimos em série, não produzimos,
compartilhamos que já foi feito... A tecnologia tornou nós, “seres humanos” em
“seres robóticos”... O nosso tempo é unitizado para “fazer”, não mais
“sentir”...#
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